Professor valorizado, aluno dedicado
No Rio de Janeiro, na favela Cidade de Deus. Uma escola deveria ter 24 professores. Tem apenas oito. Eles não querem trabalhar no local com medo da violência.
Um professor, que pediu para ter a identidade preservada, reconhece que quem mais perde são os alunos. “Esses jovens dessas comunidades ficaram sem perspectiva e continuam ficando sem perspectiva”.
Os pais também sabem que seus filhos são prejudicados. “Muitas crianças vão ter pouco ensino por causa da violência. Uma coisa puxa a outra”, conta um pai.
Para o especialista em educação Cláudio Moura Castro, o desestímulo do professor é uma das razões para o fracasso de muitas escolas. “O professor mais motivado, motiva o aluno. O professor morto, destroçado, destruído pelo ambiente de uma escola de periferia é muito difícil ele conseguir entusiasmar o aluno pela beleza das idéias. E esse é o grande drama da educação do Brasil”.
Drama que está sendo superado no interior do país. Um exemplo vem do Maranhão. Nós estamos em Nova Brasília, um pequeno povoado da Zona Rural de Alto Alegre do Pindaré, e nós viemos conhecer a escola da comunidade.
É uma escola simples, mas que tem tudo que é importante para o bom aprendizado. Na entrada fica o cantinho da leitura, uma mesa cheia de livros e revistas que as crianças podem consultar à vontade.
Do outro lado, um grupo de alunos joga xadrez, que é um recurso importante no desenvolvimento do raciocínio e, logo adiante, uma oficina de orientação e treinamento dos professores, onde eles expõem aos supervisores tudo que precisam para melhorar o rendimento dos alunos.
"Você quer ver o seu trabalho tendo frutos, retornos, é com isso que um professor se sente feliz", afirma a professora Elisângela Alves.
Também em Alto Alegre, uma outra iniciativa premia anualmente as boas escolas. Uma foi vencedora: não há evasão escolar e a aprovação dos alunos é de 98%.
Quem ganha o prêmio? Os professores: um abono de R$ 1 mil. O diretor, R$ 2 mil. E os funcionários, um mês de salário dobrado.
Para a professora Francineide Marques, o dinheiro é bem-vindo, mas o verdadeiro prêmio é outro. “Minha maior recompensa é quando eu vejo um aluno e descubro que ele aprendeu. Dá vontade de sair gritando. Isso é emocionante, é gratificante. A gente começa a ter um gosto especial, então a gente descobre que parece que nasceu pra ser professora”.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
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